A maior diversidade de ambientes leva a um aumento na diversidade de aves em paisagens agrícolas. Essa é uma das principais conclusões de uma pesquisa conduzida em vinhedos de São Miguel Arcanjo, interior do Estado de São Paulo, com apoio da Fapesp.
A região está entre as maiores produtoras da fruta, cultivada principalmente por pequenos agricultores, e próxima do maior maciço de Mata Atlântica do país, o Continuum Ecológico de Paranapiacaba.
Áreas de matas contínuas como essa podem ser lar de diversas espécies de aves, que têm características ecológicas distintas, possibilitando uma maior variedade de funções ecossistêmicas no ambiente. Isso significa que, quando se perde uma espécie, perdem-se também as funções realizadas por ela.
“Como as mudanças ambientais e a fragmentação das florestas afetam as espécies e suas funções ecossistêmicas está entre as principais questões que os pesquisadores têm buscado compreender nas últimas décadas”, afirma o professor Augusto Piratelli, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que supervisionou a pesquisa. “Somente com estudos muito bem planejados e com coleta de dados de excelente qualidade é que poderemos responder a tais questões.”
Além da UFSCar, o estudo envolveu cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP). O grupo recebeu financiamento da Fapesp por meio de sete projetos (13/50421-2; 20/01779-5; 21/06668-0; 21/08322-3; 21/08534-0; 21/10195-0; 21/10195-0). Os resultados foram divulgadosna revista Biotropica.