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Legião da Boa Vontade completa 72 anos de fundação

Hoej, completa-se 72 anos de que a Legião da Boa Vontade (LBV) foi fundada pelo jornalista, radialista, escritor e poeta Alziro Zarur (1914-1979), em 1º de janeiro de 1950 (Dia da Paz e da Confraternização Universal), Naquela época, o Brasil da metade do século 20 era bem diferente dos dias atuais. Os chamados anos dourados foram marcados por grandes avanços científicos, tecnológicos e mudanças culturais e comportamentais. A televisão começava também neste período, ainda bem incipiente, é verdade, e sequer tínhamos ganhado a primeira Copa do Mundo.

Dentro dessas transformações em curso, a LBV protagonizou pioneiramente o ideal do Ecumenismo sem fronteiras, iniciando um trabalho com base no conceito vanguardeiro de Caridade Completa, suprindo as necessidades do corpo e principalmente às da Alma.

A fundação oficial da Legião da Boa Vontade, em 1 º de janeiro de 1950, representou uma nova etapa no âmbito das relações sociais, que, então, passaram a receber a influência do Ecumenismo Total, a mais notável característica da Instituição já à época do seu nascedouro. A primeira sede da Instituição localizava-se em uma pequena sala num prédio da Rua Acre, 47, no Centro da capital fluminense.

Dias depois da fundação da LBV, outro gigantesco degrau foi alçado no campo da convivência inter-religiosa por meio da pioneira Cruzada de Religiões Irmanadas, cuja primeira edição ocorreu em 7 de janeiro daquele ano, no salão do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro/RJ, após sucessivas reuniões preparatórias realizadas no mesmo local, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 1949, na sala da diretoria daquela prestigiada Associação.

Convocou e dirigiu a memorável sessão o fundador da Legião da Boa Vontade. A partir dali, a LBV viu o seu ideal de Solidariedade, altruísmo e ecumenismo sem fronteiras conquistar corações e harmoniosamente congregar pensamentos de religiosos, filósofos, cientistas e ateus. Crescia a cada reunião no Salão da ABI o número de pessoas presentes. Herbert Moses (1884-1972), o empreendedor presidente da Associação Brasileira de Imprensa, que construiu a famosa sede da heroica Casa do Jornalista, surpreso com o sucesso daqueles encontros, declarou: “Zarur fez um verdadeiro milagre juntando tantos inimigos cordiais na LBV”.

Por reconhecer o esforço da LBV em prol da liberdade religiosa, Alziro Zarur foi condecorado pelo Vaticano com a Medalha do Papa Paulo VI, “por serviços prestados à causa do Ecumenismo” — láurea entregue pelo Núncio Apostólico, Dom Sebastião Baggio. Não foi, portanto, sem motivo que, igualmente, na metade do século 20, o filósofo e sociólogo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972) declarou: “A Legião da Boa Vontade é um movimento novo na História da Humanidade. Coloca o Brasil na vanguarda do mundo”.

Em 1º de setembro de 1962, nascia a Ronda da Caridade, da LBV. A guerra mundial contra a fome era declarada por Zarur no auditório da Emissora da Boa Vontade (antiga Rádio Mundial).

O jovem Paiva Netto, que participava ativamente dos trabalhos da Instituição, integrou a atividade desde o primeiro dia. Ele se recorda: “Essa data é marcante, porque a 1º de setembro de 1939 começava aquela tragédia, coletiva, imensa, a II Guerra Mundial. Agora, não lá na sofrida Polônia, mas no emergente Brasil — Coração do Mundo e Pátria do Evangelho e do Apocalipse — o presidente-fundador desta Casa, Alziro Zarur, reforçava, digamos assim, porque começou muitos anos antes, a guerra mundial contra a fome”.

Por décadas, a Instituição socorreu pelas madrugadas os moradores de rua: “Nós saíamos pelas ruas e praças com um jipão que tinha servido ao Exército brasileiro na II Guerra, e ali estava enfrentando a guerra da fome. Foram momentos transformadores nas nossas vidas”, comenta Paiva Netto.

O novo programa ampliava o atendimento oferecido à população em risco social iniciado no fim da década de 1940, com a popular Sopa dos Pobres, também conhecida como Sopa do Zarur. Além de fornecer essa refeição, passou a levar outros gêneros alimentícios e roupas, fazer pequenos atendimentos de enfermaria, corte de cabelo e barba e a indispensável palavra de conforto espiritual, marca da Legião da Boa Vontade.

Com o passar do tempo, a Ronda da Caridade se multiplicou em diversos outros programas socioeducativos, em conformidade com os parâmetros da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Essas ações se tornaram numa importante ferramenta de inclusão social e familiar.

Atualmente, o trabalho, realizado com diversas faixas et árias, visa à aquisição do conhecimento de seus direitos e deveres, à percepção de oportunidades e ao aperfeiçoamento das práticas comunitárias, com vista a melhorar a qualidade de vida coletiva, de forma que as pessoas atendidas possam exercer efetivamente a cidadania plena.

Em 21 de outubro de 1979, data em que o fundador da LBV, Alziro Zarur, voltou à Pátria Espiritual, Paiva Netto (que foi um de seus principais assessores durante quase um quarto de século) torna-se seu sucessor natural.

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