Em 2021, o Governo Federal atuou prontamente no combate ao crime organizado, à corrupção e aos crimes contra a mulher, crianças e adolescentes, além de crimes contra idosos, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, a Operação Guardiões do Bioma enfrentou mais de 17 mil incêndios florestais em 11 estados dos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal, e a intenção é ampliar a operação para inibir, além das queimadas, outros crimes ambientais cometidos na região.
O combate a crimes de qualquer espécie segue sendo uma das prioridades do Governo Federal. Em entrevista, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, fez um balanço das operações realizadas pelo ministério em 2021, além de fazer um panorama sobre as ações e expectativas para 2022.
Vamos começar falando sobre as operações em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente para o combate do desmatamento na Amazônia. Como foi feito esse trabalho em 2021?
Um trabalho muito importante, o Governo unindo força, os dois ministérios agindo juntos na Região Amazônica, na região do Pantanal, uma região de difícil atuação do Governo brasileiro. Sabemos das dificuldades que a região impõe, dificuldade de logística e de pessoal, então a gente uniu forças, subimos para a região Norte com toda força do Estado, com a Força Nacional, com a Polícia Federal, com a Polícia Rodoviária Federal integrado com as polícias estaduais. É a primeira vez que o Estado brasileiro realmente está totalmente presente naquela região. As Forças Armadas já vinham fazendo um trabalho belíssimo ali de combate ao desmatamento e eu acho que essa parte da segurança pública, junto com o [Ministério do] Meio Ambiente, veio para somar esforços e a gente ter resultados melhores, resultados que o Brasil merece.
Quais as ações que estão sendo planejadas para 2022 nesse sentido do desmatamento em relação à Amazônia?
A gente tem a ideia de criar algumas bases permanentes na Região Norte, inclusive ideia de novas bases fluviais, a Polícia Federal já tem algumas bases ali, a questão dos rios ali é muito importante para o controle de toda a região. A Operação Guardiões do Bioma, que inicialmente teve um viés voltado para as queimadas, a gente mudou esse viés um pouco e agora o Guardiões do Bioma Fase 2 vem para o combate aos crimes ambientais, ao desmatamento naquela região, está sendo feito todo um planejamento. Nesse ano de 2021 foram mais de 8 mil policiais trabalhando nessa operação, R$ 60 milhões investidos e, nos próximos anos, principalmente em 2022, a gente quer começar novamente com força total para que os números melhorem, para que a gente realmente consiga fazer um trabalho eficaz de combate a esses crimes.
O Ministério teve toda uma preocupação em 2021 com o combate ao crime organizado, certo, ministro?
Sem dúvida. Eu acho que uma das principais funções aqui do Ministério da Justiça, uma das nossas principais atribuições é estruturar as polícias, estruturar essa rede de combate ao crime organizado no Brasil. A gente procurou ajudar na aquisição de equipamentos, na realização de cursos para os policiais, realizando operações integradas também voltadas para essa finalidade. Eu acho que a gente teve bons números e excelentes resultados no ano de 2021.
O que é aprendido dessas operações que são feitas, a gente viu que foram realizados leilões. Isso é um benefício muito grande.
É. Isso é uma visão que a gente traz da Polícia Federal, a gente começou com essa visão há muitos anos atrás, a gente chamava de “visão capitalista de combate ao tráfico de drogas”, hoje a gente usa essa visão capitalista de combate ao crime organizado, que é tirar o dinheiro do tráfico, vender esses bens e usar esse recurso contra o próprio tráfico, contra o próprio crime organizado. Então, a realização dos leilões ela é fundamental. Nós demos um upgrade aqui no Ministério muito grande, para você ter uma ideia, no ano de 2019 foram realizados 19 leilões, no ano de 2020 acho que 120 leilões e agora foram mais de 230 leilões. Então isso é muito importante, é fazer o ciclo girar, pegar esse recurso e trazer de volta para as polícias, para repressão, prevenção aos crimes e, principalmente, ao crime organizado.
São muitas as responsabilidades do Ministério, entre elas o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, gostaria que o senhor falasse sobre o assunto.
Eu acho que talvez essa seja a grande missão do Ministério e do Governo e obrigação de todo gestor. O Presidente Jair Bolsonaro, ele inovou na formação dos ministérios, na forma como ele montou a sua equipe, e essa, na minha visão, é a repressão inicial à corrupção. Acho que o Presidente Jair Bolsonaro acertou ao trazer técnicos para os Ministérios, isso é uma prevenção inicial da corrupção e, por parte do Ministério da Justiça, aqui a gente faz o trabalho repressivo em especial com a Polícia Federal. Foram mais de 150 operações até a presente data, o que dá uma média de a cada dois dias uma operação de combate à corrupção no Brasil. Em 2021, nós fizemos um trabalho muito forte voltado pro desvio dos recursos que o Governo Federal mandou para os estados para ser investido na prevenção e combate à Covid, o que é uma covardia com a população. Foram mais de 220 municípios com operações da Polícia Federal para evitar, para coibir, para reprimir os desvios de recursos destinados para a Covid, um absurdo, mas o Ministério da Justiça, através da Polícia Federal tem trabalhado muito firme nisso, no sentido de cumprir essas buscas, prender essas pessoas e responsabilizar quem tira esse dinheiro da finalidade para a qual foi colocada.
O Ministério da Justiça está fazendo esse trabalho conjunto também para combater crimes contra crianças, idosos e também contra as mulheres.
Isso. Eu trouxe alguns dados aqui que eu gostaria de passar que eu considero importantes para ilustrar a importância desse trabalho coordenado pela Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça, trazendo as polícias do Brasil inteiro para trabalhar juntas aqui. Em 2021 nós fizemos a Operação Maria da Penha, foram mais de 14 mil pessoas presas e 127 mil mulheres atendidas, veja a gravidade do problema do nosso país, veja a quantidade de pessoas precisando de atendimento que muitas vezes não encontram esse atendimento, não encontram esse apoio e o Ministério fez essa operação e levou essa mão amiga para essas pessoas. Fizemos a Operação Acalento para o combate à violência contra crianças e adolescentes, foram mil pessoas presas e 18 mil vítimas atendidas, os números são impressionantes no Brasil inteiro, violência contra criança é uma violência complicada, a criança muitas vezes não consegue gritar, não pede socorro, é muito difícil.
Operação Vetus 2 de combate à violência aos idosos, foram 400 pessoas presas e mais de 17 mil idosos atendidos. Tivemos a Operação Luz da Infância 8 com mais de 90 prisões no Brasil e em cinco países da América do Sul. Então, como eu disse, é um trabalho que é a nossa obrigação, mas que também nos enche de orgulho poder fazer e poder estar ajudando essas pessoas e poder estar nos preocupando. O Governo Federal parece uma coisa tão distante das pessoas, tão distante do cidadão, mas não é.
E essas operações vão continuar em 2022?
Vão continuar, elas não param, são operações permanentes, a gente continua juntando dados, a gente continua acompanhando o trabalho das Polícias Civis e o trabalho das Polícias Judiciárias do Brasil para que, a hora que estiver madura uma nova operação, a gente possa desencadear e espero que com números menores, porque se os números estão menores é porque o trabalho está realmente funcionando.
Falando agora do uso da tecnologia, o Brasil tem o Banco de Perfis Genéticos que serve de exemplo pro mundo todo, queria que o senhor falasse um pouquinho sobre isso.
Super interessante esse banco, em 2021 tivemos números extremamente expressivos também, chegamos à marca de 100 mil materiais genéticos de indivíduos condenados criminalmente no nosso banco, o número é 14 vezes superior ao registrado em 2019. Em 2021 foram mais de 1400 investigações criminais que foram auxiliadas pelo banco de perfis genéticos, veja a importância desse banco na questão da investigação criminal, na questão da localização de desaparecidos, que é outro flagelo que as pessoas enfrentam no Brasil, o número de desaparecidos anualmente aqui é muito grande, então o Governo Federal tem ajudado, chegando e se aproximando do cidadão.