Em 2009, quando o atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva, foi eleito presidente estadual do PT-SP, alguns empresários ligados ao agronegócio diziam que Edinho seria herdeiro político de Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma. A avaliação foi publicada em matéria no Jornal Valor Econômico, disponível aqui. Ambos eram próximos e, inclusive, Palocci apoiou Edinho naquela disputa.
Mais de 10 anos depois, o jogo virou. Tanto Palocci quanto Edinho entraram na mira da Operação Lava Jato por suspeitas de envolvimento no maior esquema de corrupção da história da humanidade, ocorrido na época que o PT comandava o Governo Federal. Palocci acabou preso e não aguentou. Fez uma delação premiada e entregou todos os antigos companheiros do PT.
Entre as falcatruas feitas pelo PT e admitidas por Palocci, consta que 90% das emendas parlamentares editadas nos anos Lula e Dilma envolveram propina, sendo que uma parte foi editada pelo governo com este objetivo ou outras receberam emendas fraudulentas no Congresso. Palocci estima que das mil medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT, em pelo menos 900 houve tradução de emendas exóticas em propina.
Além disso, Palocci relatou que uma boa parte das grandes obras contratadas pela Petrobras durante a era petista, fora do período eleitoral, eram depois pagas com propinas na hora da eleição. “Grandes obras contratadas fora do período eleitoral faziam com que os empresários, no período das eleições, combinassem com os diretores (da Petrobras) que o compromisso político da obra firmada anteriormente seria quitado com doações oficiais acertadas com os tesoureiros dos partidos, coligações, etc”, narra Palocci.
De acordo com Palocci, o dinheiro dado “por dentro”, isto é, de forma oficial, pode também ser ilícito, “bastando que sua origem seja ilícita”. Não custa lembrar que Edinho Silva foi o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 e foi investigado na Operação Lava Jato.