Desde setembro de 2018, uma pergunta ecoa na cabeça dos cidadãos brasileiros: quem mandou matar o presidente Jair Bolsonaro? No dia 6 daquele mês, em plena campanha eleitoral, o então candidato Bolsonaro foi alvo de uma facada que quase lhe custou a vida. Três anos depois, com idas e vindas, e a tentativa de rotular o autor do crime, Adélio Bispo, como um desequilibrado que agiu sozinho, as respostas finalmente poderão aparecer.
Nesta quarta-feira (3), a 2ª Seção do Tribunal Regional Federal 1 (TRF-1) autorizou a quebra do sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio na época do atentado. Zanone é um dos advogados mais badalados de Minas Gerais e a maneira como Adélio possa ter financiado sua defesa é um mistério, que pode levar à solução do crime.
Por 3 votos a 1, os desembargadores do TRF-1 também autorizaram os mandados de busca e apreensão expedidos contra o advogado. As medidas foram determinadas em 2018 pela 3ª Vara de Juiz de Fora (MG), onde o atentado foi cometido. Em 2019, o desembargador Néviton Guedes, relator do caso no TRF-1, suspendeu a medida em decisão liminar (provisória). O caso só foi julgado pelo Tribunal dois anos depois, em 2021.
Para o delegado da Polícia Federal de Minas Gerais Rodrigo Morais, a autorização das novas diligências vai permitir preencher a “última lacuna” do caso. Em breve, é possível que as evidências e provas que serão colhidas pela Justiça apontem para o real mandante do atentado contra Bolsonaro.