A secretária municipal da Educação de Araraquara, Clélia Mara dos Santos, impediu a participação do SISMAR em reunião sobre o HTP com professores da rede pública da cidade, realizada em ambiente virtual na noite da última quinta-feira, 4.
Além de Gustavo Jacobucci, presidente do SISMAR, a professora e dirigente sindical Bernadete Couto, também foi retirada do debate.
A atitude autoritária de Clélia é totalmente contrária ao discurso de “gestão democrática” repetido diariamente pelo governo, e configura prática antissindical, denunciada pelo Sindicato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) hoje, 8.
Clélia não é bem vista por boa parte da categoria, por sua soberba, prepotência e arrogância. Depois deste episódio em que ela impediu o Sindicato da categoria de acompanhar a reunião com os professores, a rejeição ao seu nome entre a categoria aumentou muito.
A ela, um recado: o SISMAR pode e vai entrar nos locais de trabalho, nas reuniões e em qualquer lugar onde houver servidores em relação de trabalho com a Prefeitura. É dever e direito do Sindicato, independente da vontade da secretária. O cargo que ela ainda ocupa não tem poderes para decidir onde o SISMAR entra ou não entra.
Os professores e demais servidores da Educação são uma categoria historicamente prejudicada por políticas que sucatearam o ensino público brasileiro por décadas. Em Araraquara, mais de 900 professores da rede municipal tiveram horas extras negadas e precisaram de uma ação na Justiça movida pelo SISMAR para reaver mais de R$ 20 milhões que foram tirados deles pela Prefeitura. Este caso teve início no segundo mandato de Edinho Silva, prosseguiu no primeiro mandato de Marcelo Barbieri e só está sendo pago aos poucos em precatórios agora, neste quarto mandato de Edinho.
Também foi necessária intervenção do SISMAR para garantir a aplicação da Lei Federal que garante aos professores 1/3 da jornada de trabalho sem alunos. A Prefeitura sonegou este direito aos professores por 3 anos.
Este ano, com apoio do SISMAR e contra a vontade da Clélia, os servidores da Educação de Araraquara saíram vitoriosos da maior greve da história da cidade, contra o retorno presencial das aulas sem controle da pandemia.
O SISMAR não vai abrir mão da defesa da categoria por pressão da secretária. Seguimos na luta contra as arbitrariedades, ilegalidades e todo tipo de conduta que prejudique qualquer servidor. A prática autoritária de Clélia já foi denunciada e os dirigentes do Sindicato participarão de qualquer atividade que diga respeito às relações de trabalho entre servidores e Prefeitura, quer a secretária queira, quer não queira.
De acordo com relatos recebidos pela nossa reportagem, outros profissionais da educação também estão insatisfeitos com a truculência da Secretária. Alguns deles, inclusive, estão afastados devidos a problemas emocionais e diem que pretendem não retornar enquanto Clélia estiver no cargo, dado os traumas sofridos com a deseducação da Secretária.