Presidente da CPI da Covid relata funcionamento do esquema de corrupção

O deputado estadual do Rio Grande do Norte, Kelps Lima (SD), presidente da CPI da Covd-19, em curso na Assembleia Legislativa do estado, revelou que o Consórcio Nordeste seria utilizado para um esquema contínuo de desvios de recursos públicos originalmente destinados à saúde, durante a pandemia. O deputado fez um relato estarrecedor do funcionamento de uma ‘verdadeira quadrilha’ no seio do Consórcio e com claros indícios da ‘anuência ou participação’ dos governadores.

Lembrando que o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), deveria ter comparecido no dia 4 de novembro na CPI da Covid-19 da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, para explicar a compra de respiradores realizada pela Prefeitura de Araraquara, ano passado, no valor de R$ 4 milhões, que foi considerada irregular pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Edinho obteve um habeas corpus da Justiça do Rio Grande do Norte, concedido pela desembargadora Maria Zeneide Bezerra, em cima da hora de seu depoimento, livrando-o de encarar os questionamentos da CPI e dar as explicações que a população de Araraquara espera. Um detalhe: o medo do petista depor era tão grande, que o PT ingressou com pedido até no Supremo Tribunal Federal (STF) para livrá-lo do depoimento. No entanto, o pedido foi negado pelo ministro Luis Roberto Barroso.

A convocação de Edinho, na condição de testemunha, deve-se a uma suposta doação realizada pela empresa Hempcare ao município de Araraquara, já que o prefeito é um amigo muito próximo de Carlos Gabas, também petista, ex-ministro de Lula e Dilma e secretário-executivo do Consórcio Nordeste.

Segundo as informações, a Hempcare foi a empresa que recebeu aproximadamente R$ 48 milhões do Consórcio para a compra de respiradores e não entregou os equipamentos, mas teria fornecido aproximadamente R$ 4,2 milhões em respiradores ao município de Araraquara.

Um acórdão, publicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e assinado pela relatora Ana Arraes, julgou irregular a compra. A representação contra a aquisição foi feita pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) em maio do ano passado. O valor total da compra seria de R$ 4 milhões.

Veja o vídeo de Kelps Lima:

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