Homenagem ao Dia do Palhaço

Nesta sexta-feira, 10 de dezembro, é comemorado o Dia Mundial do Palhaço. Os mais velhos certamente se lembram da gostosa sensação de visitar um circo. Seu ambiente quase onírico, repleto de trapezistas, engolidores de espadas, equilibristas e outros seres fantásticos trazia encanto, entusiasmo e divertimento a adultos e, principalmente, às crianças. No entanto, o ponto alto – e sempre hilário – das apresentações ficam a cargo dos palhaços e suas roupas coloridas, sapato agigantado e nariz vermelho tão característico. E hoje, comemora-se o dia deste profissional do riso.

O site Região 16 conversou com Rodrigo Camargo, o “Buchechinha”, que possui 42 anos de trajetória em circo. Ele é nascido em circo tradicional. “É a quarta geração da família e os filhos são a quinta geração, os netos são a sexta geração, que estão fazendo circo. Minha família tem mais de 100 anos de circo. É o circo teatro, onde se apresenta comédias, musicais, brincadeira e agora vem se reinventando trazendo personagens da atualidade”.

Rodrigo também deixou sua homenagem aos palhaços. “Hoje, comemoramos o Dia do Palhaço, na minha família tem vários. Eu sou o Buchechinha, que era o nome do meu primo. Quero parabenizar os palhaços que fazem essa arte tão bonita de trazer a alegria para as pessoas. O palhaço pode estar triste no fundo da cortina, mas ele sobe no palco e sente prazer em ver a alegria, o sorriso no rosto das pessoas. O palhaço é alegria, esperança e diversão”.

Por fim, ele recitou a poesia do Palhaço. Confira:

“Palhaço
Sou palhaço sim
Sou palhaço com muita honra.
Mais que mania as pessoas tem de chamar o outro de palhaço, quando querem ofender.
Deveriam respeitar o nome de palhaço
Deveriam saber
Que por baixo dessas roupas espalhafatosas
E dessa pintura colorida
Existe um ser-humano
Que foi gerado no ventre de uma mulher e que leva o sublime nome de mãe
Ser palhaço
Ser palhaço… é algo maravilhoso
É a satisfação de ter recebido de Deus
O Don de fazer os outros sorrirem
É uma missão que aceitamos sem restrições
Fazer sorrir mesmo que a diversidade da vida nos atire sem compaixão
Fazer sorrir quando temos o coração sangrando com a perda de um ente querido
Esconder as lágrimas sobre a máscara desse eterno sorriso
Não é fácil senhores
Não é fácil…
Mas é gratificante
Ao ouvir as gargalhadas espontâneas de uma criança
A gente esquece tudo
Até mesmo a dor
O aplauso do público é como uma mola propulsora que nos impulsiona, atravessando os obstáculos;
Eu já vivi mil vidas
Já morri muito mais
Das vezes que amei perdi a conta
Já fui filosofo
Cheio de sabedorias
Já fui criança
Cheio de sonhos
Já morei em suntuosos castelos
Já morei em baixo de viadutos
Ajudei a crucificar o Cristo
E fui o próprio Cristo
Essa é a vida do artista
Na busca constante de novas personalidades
Mas jamais…jamais esquecendo sua própria identidade
Quem me dera…
Quem me dera morrer diante de uma imensa platéia
Aplaudindo de pé o meu momento final
Mas não seria uma morte triste sangrenta, como aquelas tragédias Shakespearianas
Teria uma morte suave
Eu…
Vestido com minha colorida roupa de palhaço.
Sou palhaço sim
E ei de seguir a minha missão até o final
Quem sabe se depois de tudo terminar
Uma infinidades de anjos gargalhando
Me leve até a presença de Deus
Pra que eu possa dizer: -Obrigado Senhor…Obrigado por ter me feito nascer, viver e morrer como palhaço…”

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