Nesta segunda-feira (22), é comemorado o Dia do Músico. A data busca homenagear e valorizar esses profissionais tão importantes para o campo das artes e do entretenimento que deixam a vida mais leve e alegre com suas canções.
Para homenagear os músicos, o site Região16 conversou com o músico araraquarense Douglas Pinheiro, que contou sua trajetória na música, desde criança, até os dias atuais, enfrentando as dificuldades trazidas pela pandemia da Covid-19.
Douglas começou a tocar bateria aos 16 anos. Antes, ainda criança, tocava nas panelas, caixas de sapatos, ou no que pudesse usar como instrumento. Já no início dos anos 90, começou uma banda de rock com os amigos. Parou de estudar por causa da música, que era muito presente, uma profissão muito honrosa, embora fosse discriminada, por não ser uma profissão homologada.
Já em 1995, Douglas ingressou em uma banda que tocava em bailes, bem conhecida em Araraquara. Foi nessa banda que conheceu a sua esposa, Chris, com quem está casado até hoje. Alem disso, ao ingressar na banda, os horizontes se expandiram, pois começou a tocar músicas de outro estilos e não apenas rock.
Em 1997, mudou-se para Minas Gerais para trabalhar. Lá, ele e a esposa montaram uma banda de baile e tocaram muito na região do Triângulo mineiro e Sul de Minas. Já em 1999, quando o filho nasceu, decidiram voltar para Araraquara, quando começaram o projeto inovador Chris e Douglas Show.
“Tivemos a coragem de fazer bateria e voz. Começamos em barzinhos, que estavam bombando. Tinham muitos músicos que já tocavam em bares há muitos anos e nós inovamos nesse formato. Foi um boom a nossa estratégia e começamos a fazer muitos casamentos, festas e etc. Conseguimos realizar esse sonho e estamos até hoje. Em meados dos anos 2000, fazíamos muitos casamentos e fomos intitulados ‘os reis dos casamentos’”, conta Douglas.
Em 2019, eles deram início à banda Dama de Ferro, que era um sonho da Chris. O estilo tocado pela banda era rock clássico. Detalhe: o baixista da banda é o filho do casal e os restantes são os amigos.
Porém, em março de 2020 veio a pandemia da Covid-19 e o casal começou a passar por dificuldades. A última festa boa e grande que eles fizeram foi em Matão. “Com a pandemia, a vida musical paralisou e fomos bastante ajudados por amigos e parentes”.
Douglas relata que entrou em desespero, pois em 2017 já havia tido um câncer. “Mas sempre enfrentei tudo com a cabeça erguida. Na época, tínhamos um baile de 25 anos, mesmo em tratamento eu fui e toquei”.
Durante a pandemia, para sustentar a família, Douglas resolveu pegar a moto e fazer delivery. “Emprestei a moto de um amigo e fui fazer. Peguei gosto pela profissão, que é muito honrosa, embora muito perigosa. Logo depois, ganhei uma moto da minha cunhada, que mora fora do Brasil e continuei fazendo. Até hoje, faço delivery, pois ainda não conseguimos superar a pandemia, agora que as coisas estão voltando, mas ainda estamos passando dificuldades”, relata Douglas.
Mesmo em meio aos problemas, Douglas não deixou de tocar durante a pandemia. “O que a gente faz é alegria, é contagiante estar num lugar e animar as pessoas. Durante a pandemia, tocamos em lugares com menos pessoas, com espaçamento entre as mesas. A gente não ganhava dinheiro, a gente fazia por prazer e para mostrar a arte. Tinha dia que saíamos com apenas R$ 25 ou R$ 50 no bolso”.
Por fim, Douglas destaca que o músico tem que ser valorizado. “É uma arte maravilhosa. A música vem dos tempos arcaicos, desde o início do mundo sempre teve música, a música é linda, é um remédio espiritual para a alma. A música serve para tudo, relaxar, emocionar. O Dia do Músico tinha que ser todo dia. Espero que tudo isso passe e a música perdure pela eternidade. Deixo meus parabéns a todos os músicos, além de todos os envolvidos para garantir a boa execução musical. Também aos fãs, que são o combustível dos músicos, pois sem os fãs nós não somos nada”.