Os fundamentos fiscais brasileiros seguem fortes e, aliados aos avanços na agenda de reformas, de desestatizações e de modernização estrutural da economia e da máquina pública, consolidam a perspectiva de retomada sustentada do crescimento do país. Essa análise foi apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao participar nesta quinta-feira (11/11) do evento Macro Vision 2021, promovido pelo banco Itaú. “Jamais abandonamos a agenda de reformas”, destacou Guedes, que citou, ainda, outros indicadores positivos, como a alta dos níveis de arrecadação e a redução dos níveis da dívida pública, mesmo após os impactos da crise gerada pela pandemia da Covid-19.
O ministro lembrou que ao final de outubro o país contava R$ 540 bilhões de investimentos já contratados para os próximos anos, valor que saltou para R$ 700 bilhões com o leilão da telefonia 5G, no começo de novembro. Com tamanha carteira de investimentos já programada, não há como duvidar do crescimento em 2022 e nos próximos anos, disse Guedes ao economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, que conduziu o debate.
O ministro da Economia rebateu previsões pessimistas de perda de fôlego do ritmo de crescimento em 2022. “No ano passado, previram que o Brasil ia entrar em recessão e o Brasil voltou em ‘V’”, apontou. “Um país que está com R$ 700 bilhões de investimentos contratados é um país que vai parar de crescer?”, ponderou o Guedes, ao lembrar do ritmo constante de geração de empregos, do retorno seguro ao trabalho e da retomada dos níveis de atividade nos diversos segmentos econômicos. Ele lembrou que a agenda de desestatizações ganhará ainda mais fôlego, com destaque para a capitalização da Eletrobras e a privatização dos Correios, no ano que vem, entre outras várias negociações de ativos estatais já programadas.
Apesar de o estoque de investimentos já firmados ser bastante elevado, o ministro disse não haver espaço para desacelerar o ritmo das reformas e de modernização da economia. “Nosso plano é não repetir a armadilha de baixo crescimento que vigorou por décadas: muito imposto, juros altos, economia totalmente estatizada”, afirmou. O cenário atual, apontou o ministro, exige tratar com prioridade a tramitação das Propostas de Emenda à Constituição dos Precatórios (PEC 23/2021) e da Reforma Administrativa (PEC 32/2020).