No mês de janeiro, o vereador e primeiro secretário da Mesa Diretora do Legislativo, vereador Rafael de Angeli (PSDB), havia protocolado o Requerimento nº 49/2022, questionando o fato de o Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) ter apresentado um déficit de R$ 27 milhões em 2021.
O parlamentar perguntou à Prefeitura, no documento em questão, quais motivos explicam o resultado deficitário no ano de 2021, quais são as expectativas previstas para 2022 e se há previsão de auditoria externa a ser realizada na autarquia em 2022.
Em resposta, o Daae explicou que o avanço da pandemia de coronavírus exigiu mudanças, por isso foram suspensos todos os cortes no fornecimento de água, garantindo o seu abastecimento, o tratamento de esgotos e a coleta de resíduos no município. Frisou ainda que a pandemia trouxe uma crise econômica que gerou desemprego e queda na renda da população. Visando a manter o acesso da população aos serviços de saneamento básico, em meio a esse cenário, medidas que impactaram a arrecadação da autarquia tiveram que ser tomadas.
A autarquia também pontuou a elevação dos preços e a escassez de materiais advindos da crise econômica. Foi argumentado que os principais insumos utilizados pelo Daae tiveram aumento acima da inflação, mas que, apesar disso, todos os investimentos programados para 2021 se mantiveram, totalizando R$ 11,8 milhões. O Departamento levou em conta que não há reajustes na tarifa de água desde 2019, o que tornou difícil manter a prestação e a qualidade dos serviços.
No entanto, a autarquia não falou os motivos de não ter tomado medidas para equalizar as contas, como redução de gastos supérfluos, além de outras medidas de gestão. Tampouco esclareceu os motivos de não ter buscado outras fontes de receita, junto a congressistas ou governo estadual ou federal. Nem disse o motivo de não ter avisado com antecedência sobre a grave situação financeira em que se encontrava. Por que será?