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Agronegócio detona Bradesco após propaganda lacradora pedindo redução do consumo de carne

Produtores rurais do Movimento Brasil Verde e Amarelo divulgaram nota de repúdio contra uma propaganda do Bradesco em defensa “anticientífica e ignorante” da redução do consumo de carne como forma de combater a emissão de gases do efeito estufa. Assinada pelo coordenador do Movimento em Santa Catarina, Jeferson da Rocha, produtor rural, a nota de repúdio ao Bradesco.

Um vídeo patrocinado pelo banco traz três influenciadoras digitais dizendo que, uma das medidas para reduzir o aquecimento global, seria reduzir o consumo de carne, pelo menos uma vez por semana.

Leia a íntegra da nota:

“Nós, produtores rurais brasileiros, manifestamos nosso veemente repúdio contra a propaganda veiculada pelo Banco BRADESCO em suas redes, onde três influenciadoras digitais defendem, de forma complemente anticientífica e ignorante, a redução do consumo de carne como forma de combater a emissão de gases do efeito estufa.

Em que pese a teoria do aquecimento global ser completamente questionável, o fato é que o Brasil responde por menos de 5% do total das emissões desses gases. Além disso somos o país que mais retém CO2 entre os países em desenvolvimento e isso graças a nossa Agropecuária. Exemplo prático dessa realidade é a produção de biocombustíveis como o Álcool da cana-de-açúcar e o Biodiesel da soja, substitutos naturais dos combustíveis fósseis.

Temos, ainda, uma tecnologia 100% nacional que retém carbono, economiza água e impede a emissão de metano na produção de alimentos em larga escala, o chamado plantio direto na palha.

O agro brasileiro é responsável por mais de 20 milhões de empregos, alimenta 1,5 bilhão de pessoas e gera, a partir do cultivo da terra, mais de 1/3 do PIB de nosso país. Possuímos o maior rebanho pecuário do mundo, com aproximadamente 220 milhões de cabeças, o que garante a nossa soberania alimentar e a de todas as nações para as quais exportamos. E o mais importante, fazemos tudo isso preservando quase 60% de nosso território com florestas originais e plantadas.

Assim, a cada gleba de pastagens reformadas, de florestas preservadas, de combustível verde produzido e de plantio direto na palha, nós, produtores rurais, retemos aproximadamente 10 tonelada de CO2 por hectare/ano, número infinitamente maior do que as emissões que nos atribuem. No final das contas temos crédito e não débito quando o assunto são emissões de gases de efeito estufa.

E essas práticas poderiam ser ainda mais difundidas e potencializadas com linhas de crédito voltadas ao Agro de baixo carbono, não fosse o oligopólio do sistema bancário nacional. Enquanto EUA e China, juntos, tem mais de 30 mil instituições bancárias, aqui no Brasil são apenas meia dúzia de bancos a controlar 80% do mercado. Sem concorrência os Bancos privados brasileiros cobram os maiores juros do mundo e não oferecem linhas especiais para agropecuária de baixo impacto.

Esperamos que o governo, a sociedade civil organizada e o parlamento nos ajudem a derrubar a regulamentação do sistema bancário, colocando fim aos oligopólios, para que desaforos proferidos por instituições como o BRADESCO, que só produzem discurso e trabalham na contramão do interesse nacional, não se repitam no futuro, contra aqueles que empregam, geram riqueza, preservam e alimentam o mundo.”

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